quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Módulo do Curso de Leitura e Produção : lidando bem com os textos. Provérbio/Fábula (out/2013)



UFC/PROGRAD/Curso de LETRAS - DLV
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
EEM LICEU DO CONJUNTO CEARÁ / EEM LICEU DE MESSEJANA
COORDENADORA DE ÁREA: Profª Drª Maria Ednilza Oliveira Moreira
BOLSISTAS/DOCENTES:

MÓDULO: PROVÉRBIOS/ FÁBULA
DEFINIÇÃO
Dito geralmente sucinto, rico em imagens, que expressa suposta verdade. A sua origem é atribuída a sua origem popular. Faz parte do folclore dos povos, assim como as lendas, os mitos, as superstições e as canções. Os provérbios traduzem conhecimentos e crenças. Nascido no seio do povo, reflete usos e costumes de uma nação, incorporando-se no folclore nacional. Os provérbios são enunciados anônimos, com exceção dos provérbios bíblicos encontrados no Livro dos Provérbios (Antigo Testamento) que são atribuídos ao Rei Salomão. São portadores de uma carga moral crítica e vinculativa - ditos, lembranças, advertências e sábios conselhos para ajudar a governar as nossas vidas. Distinguem-se pela elaboração trabalhada e artificiosa (repetição, paralelismo e dialogismo). Os provérbios fazem parte da cultura eminentemente oral transmitida de geração a geração. É fruto da experiência cotidiana individual ou grupal de quem vivenciou determinadas verdades.
Além dos provérbios brasileiros e protugueses, existem outros de diferentes lugares do mundo.
                        Chineses:
a)                    A palavra é prata, o silêncio é ouro.
b)                    Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar.
Italianos:
a)                    Para bom entendedor, meia palavra basta.
b)                    A cavalo dado não se olham os dentes.
Ingleses:
a)                    Há males que vem para bem.
b)                    Não fales em corda em casas de enforcado.
Indianos:
a)                    Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio.
b)                    As boas coisas vêm quando estamos distraídos.
Africanos:
a)                    O coração de um homem e o fundo do mar são insondáveis.
b)                    Amor é como um bebê: precisa ser tratado com ternura.
Gregos:
a)                    É preferível ser dono de uma moeda do que escravo de duas.
b)                    De grão em grão a galinha enche o papo.

OBJETIVOS
·                     Expor aos alunos uma pequena mostra da cultura popular universal;
·                     Explorar os variados sentidos;
·                     Ampliar o vocabulário a partir da leitura e conhecimento dos provérbios;
·                     Descobrir a sabedoria prática desses textos, para a vivência do cotidiano;
·                     Despertar o prazer da leitura explorando o caráter lúdico dos provérbios;
·                     Relacionar o gênero provérbio com o gênero fábula.


 INSTRUÇÕES PARA O PROFESSOR
·                     Seguir o comando da atividade na ordem das questões;
·                     Definir um tempo para a resolução de cada questão;
·                     Sistematizar a resposta de cada questão no quadro;
·                     Promover a interação entre os alunos por meio de dinâmicas que tratem de provérbios.




ATIVIDADES
1. Resuma em uma palavra a ideia dos seguintes provérbios:
a)                    Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
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b)                    A união faz a força.
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c)                    Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
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d)                    A grama do vizinho é sempre mais verde.
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e)                    Depois da tormenta, sempre vem a bonança.
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2. Separe os provérbios em grupos de modo que eles fiquem junto de outros provérbios com sentido parecido.

Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
A união faz a força.
Quem planta vento, colhe tempestade.
Uma andorinha sozinha não faz verão.
De grão em grão, a galinha enche o papo.
Quem muito fala, pouco faz.
Aqui se faz, aqui se paga.
As aparências enganam.
Quem vê cara não vê coração.
Nem tudo que reluz é ouro.
De moeda em moeda se faz uma fortuna.
Na cama que farás, nela te deitarás.
Cão que ladra não morde. 
Devegar se vai longe.

3. Escolha quatro provérbios e modifique seus sentidos. Lembre-se que o provérbio modificado tem que ter sentido. Veja o exemplo:

Verdadeiro: O apressado come cru.
Modificado: O apressado come rápido.

a)                    Verdadeiro:_________________________________________________
Modificado:________________________________________________
b)                    Verdadeiro:_________________________________________________
Modificado:________________________________________________
c)                    Verdadeiro:_________________________________________________
Modificado:________________________________________________
d)                    Verdadeiro:_________________________________________________
Modificado:________________________________________________

4.  Leia as seguintes fábulas e depois as relacione com o gênero provérbio.
A lebre e a tartaruga
Esopo

Certo dia, a lebre que era muito convencida, desafiou a tartaruga chamada para uma corrida, argumentando que ela era mais rápida e que esta nunca a venceria. A tartaruga começou a treinar enquanto a lebre não fazia nada.
Chegou o dia da corrida. A lebre e a tartaruga colocaram-se nos seus lugares e, após o sinal, partiram. A tartaruga estava a correr o mais rápido que conseguia, mas rapidamente foi ultrapassada pela lebre, que percebendo já estar a uma longa distância da sua concorrente, deitou-se e dormiu.
A lebre dormiu tanto que não percebeu a tartaruga a ultrapassou. Quando acordou, continuou a corer com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tataruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.
Desse dia em diante, a lebre tornou-se alvo de chacota na floresta e quando ela dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam da tartaruga que venceu a lebre.



O cão e o naco de carne

Um dia, um cão, carregando um naco de carne na boca, ia atravessando uma ponte. Olhando para baixo, viu sua própria imagem refletida na água. Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o naco de carne que este tinha na boca, e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu próprio o naco de carne caiu na água e perdeu-se para sempre.


A galinha dos ovos de ouro
Esopo
      
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
- Veja! Estamos ricos!
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a galinha pôs outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou: "Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a galinha e, por dentro, ela era igual a qualquer outra.

Agora releia a fábula “A lebre e a tartaruga” e responda as questões.


a)         De que trata o texto?
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b)         Qual a lição de moral podemos tirar desta fábula?
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c)         Que provérbio você acha que mais se adequa a esta fábula?
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5. A partir de um provérbio dado em sala de aula pelo professor1, crie, em conjunto com seus colegas, uma pequena fábula com temáticas relacionadas ao futebol em que o provérbio apareça subentendido na moral da história.

 REFERÊNCIAS
ILARI, Rodolfo. Introdução à semântica - Brincando com a gramática. 7ª ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.

UFC / PROGRAD / Curso de letras – DLV
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
EEM Liceu do Conjunto Ceará                                              
“Curso de Leitura e Produção de textos”
Coordenadora de Área: Prof.ª Ednilza Moreira                                          
Bolsistas:

Módulo sobre Fábula
A cabra e o asno
Uma cabra e um asno comiam ao mesmo tempo no estábulo. A cabra começou a invejar o asno porque acreditava que ele estava melhor alimentado, e lhe disse:
- Tua vida é um tormento inacabável. Finge um ataque e deixa-te cair num fosso para que te deem umas férias.
Aceitou o asno o conselho, e deixando-se cair, machucou todo o corpo.
Vendo-o, o amo chamou o veterinário e pediu um remédio para o pobre. Prescreveu o curandeiro que o asno necessitava de uma infusão com o pulmão de uma cabra, pois era muito eficiente para devolver o vigor. Para isso então degolaram a cabra e assim curaram o asno.
Moral: Em todo plano de maldade, a vítima principal sempre é seu próprio criador.
Esopo

1. DEFINIÇÃO
A fábula é um gênero que existe há mais ou menos 2.800 anos. Geralmente, as fábulas têm como protagonistas animais em situações da vida humana. As personagens constituem uma espécie de símbolo, como o leão, que representa a força, e a raposa, que representa a astúcia.
Outra característica desse gênero é a presença de uma moral, uma frase que sintetiza as ideias principais do texto e transmite um ensinamento.
                        Principais características do gênero Fábula
·          Narrativa breve;
·          Narrador observador;
·          Tempo e lugar imprecisos;
·          Tempo verbal no pretérito;
·          Presença de diálogos.

2. OBJETIVO
·          Identificar as características do gênero fábula;
·          Atribuir características à índole dos animais;
·          Produzir uma fábula;
·          Diferenciar uma fábula antiga de uma contemporânea;
·          Diferenciar a fábula de outros gêneros semelhantes.
3. INSTRUÇÕES PARA O PROFESSOR
·          Apresentar o conteúdo do módulo;
·          Orientar os alunos nas atividades;
·          Realizar as dinâmicas propostas;
·          Sistematizar o conteúdo abordade.
Dinâmicas:
·          Distribuir fábulas e pedir que os alunos identifiquem as características dos animais (índoles) e socializem com o restante da turma.
·          Distribuir fichas com adjetivos (p.e., forte, esperto, sábio) e fichas com figuras de animais (p.e., leão, macaco, coruja). Os alunos deverão encontrar a ficha correspondente.
·          Entregar fábulas de naturezas diversas para os alunos categorizá-las, explorando suas características.
·          Distribuir algumas fábulas, para que os alunos criem uma moral para cada uma.
5. ATIVIDADES
Leia o texto a seguir:
OS ELEFANTES E MACACOS TORCEDORES
                        Certa vez, foi construído um estádio de futebol na superfície de um rio. O estádio flutuava sobre as águas caudalosas e balouçantes do rio, balançando pra lá e pra cá, de acordo com o movimento das águas.
                        O estádio foi planejado e construído por jacarés e cobras d’água a fim de possibilitar aos animais aquáticos a realização e apreciação do esporte tão popular. Acontece que, depois de várias partidas, o estádio ficou popular entre todos os animais, aquáticos, terrestres e aéreos.
                        Foi marcado, então, um jogo de futebol entre macacos e elefantes. As torcidas dos dois times estavam animadíssimas. Antes de entrar no estádio, ainda em solo firme, enquanto os macacos, de um lado, gritavam e pulavam, fazendo caretas e falando palavrões para os elefantes, estes, do outro lado, batiam fortemente as grandes patas no chão e faziam um grande barulho com suas trombas, apontando-as para os macacos.
                        Os jacarés, organizadores da partida, tinham esquecido de observar que se a torcida dos elefantes, ao entrar no estádio, ficasse apenas de um lado das arquibancadas, como é costume entre as torcidas rivais, o estádio flutuante certamente afundaria devido ao grande peso somente de um lado.
                        - Nesse caso, determinaram os jacarés para as duas torcidas, ou vocês equilibram o peso ou não haverá jogo.
                        As duas torcidas se olharam com desprezo, mas a única solução que encontraram foi distribuir os elefantes por todo o estádio, misturando-os aos macacos.
                        A partida aconteceu, e os elefantes e macacos torceram por seus times, as duas torcidas misturadas, harmoniosamente, os macacos sendo levantados pelas trombas dos elefantes para ver melhor o jogo e os elefantes sendo alimentados pelos macacos, que tinham bem mais agilidade em ir comprar amendoins no meio da multidão.
MORAL: a união faz a força.
Paulo Henrique Passos
Agora, responda as questões abaixo de acordo com a fábula que você leu.
1- De que trata o texto?
2- E agora? Você já consegue reconhecer algumas características do gênero fábula? Quais?
3- Vimos que a fábula costuma apresentar tempo e lugar imprecisos*. Que expressão, no texto, indica lugar e que expressão indica tempo?
4- Na fábula, podem ser usados diversos tipos de discurso (direto, indireto, indireto livre). Que tipo está presente no texto? Cite um exemplo.
5- Você concorda com a moral “A união faz a força”? Formule outra moral para a fábula em análise e compare-a com as dos demais colegas.

*Comentar sobre a importância da análise linguística para a construção de sentido do texto.
Referência:
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

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