segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

[EEM Liceu de Messejana] Plano de aula 1 (Joelma e Aleksandra) - INTRODUÇÃO AO CURSO DE LEITURA E PRODUÇÃO

EEM LICEU DE MESSEJANA/ PIBID LETRAS / UFC
SÉRIE: 1º ANO – TURMA: H e I– TARDE - 2014
COORDENADORA PIBID/LETRAS: Maria Ednilza Moreira
SUPERVISORA PIBID/UFC: Lena Bilhar
BOLSISTAS / DOCENTES: Joelma Amaral e Aleksandra Sampaio


CURSO DE LEITURA E PRODUÇÃO: LIDANDO BEM COM UMA COLÔNIA DE GÊNEROS INSTRUCIONAIS.

Assunto da aula: apresentação do Curso de leitura e produção: lidando bem com uma colônia de gêneros instrucionais que objetiva promover o Guia Gastronômico de Messejana.
Duração: 2 aulas geminadas de 50 min.

1. OBJETIVOS
- Apresentar aos alunos a Universidade Federal do Ceará /UFC, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/PIBID e do Guia Gastronômico de Messejana, projeto promovido por estes.
- Desenvolver a leitura e a produção textual dos alunos através da temática da culinária e da produção dos gêneros instrucionais.
- Questionar a superioridade comumente atribuída aos alimentos do corpo em relação aos alimentos da alma.
- Resgatar a origem etimológica das palavras Saber e Sabor, relacionando-as com a proposta do Guia Gastronômico de Messejana que objetiva desenvolver a competência linguística dos alunos através da temática da culinária. Com isso, desejamos propor aos alunos que saboreiem o saber.
- Promover uma discussão acerca da relevância do saber e do aprendizado em nossa formação estudantil, profissional, pessoal e cidadã. 

2. CONTEÚDOS-TEMAS
- Canção “Comida”, dos Titãs.
- Texto “Ensinando a voar”, de Gilberto Dimenstein.

3. ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
- Breve apresentação da Universidade Federal do Ceará /UFC, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/PIBID e do Guia Gastronômico de Messejana, projeto promovido por estes.
- Execução do vídeo da canção “Comida”, dos Titãs e, posteriormente, leitura e discussão da letra da canção. Desconstrução da falsa ideia de que o homem necessita apenas do alimento para o organismo, falrelegando em segundo plano o alimento do espírito, a necessidade do prazer estético, do amor, da liberdade, do livre pensar... porque nem só de pão viverá o homem.
- Resgate etimológico das palavras Saber e Sabor, pois ambas originam-se do verbo SAPERE, do Latim vulgar, que simultaneamente significava “ter gosto, sentir gosto”, como “compreender, saber”.
- Leitura do texto “Ensinando a voar”, de Gilberto Dimenstein, relacionando-o com a origem etimológica das palavras Saber e Sabor. O objetivo é estimular nos alunos o gosto pelo saber.

4. RECURSOS E MATERIAIS
- Vídeo da canção “Comida”, dos Titãs.
- Auditório do Liceu da Messejana.
- Computador, Datashow e caixa de som.

5. AVALIAÇÃO
- Participação na aula.
- Interpretação dada aos dois textos trabalhados na aula e os argumentos apresentados pelos alunos durante a discussão dos textos.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Comida – Titãs / Juventude, Etnia, Diversidade e Gênero. Acesso em: 01/08/2014.>

Comida (Titãs)

Dicionário Etimológico / Origem das palavras.


7. ANEXOS 


TEXTO 1
Comida
(Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo)

 
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Pra aliviar a dor

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade


Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer

Desejo
Necessidade
Vontade

Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade

TEXTO 2

Ensinando a voar
(por Gilberto Dimenstein).


O Cearense Expedito Resende (foto), 66, conseguiu atrair a atenção mundial ao inventar um combustível para avião feito à base de óleo de babaçu, atualmente em testes avançados nos laboratórios da Boeing, acompanhados pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Mudar o jeito como os aviões voam, usando o chamado "bioquerosene", não seria sua mais importante descoberta.
Professor de engenharia química da Universidade Federal do Ceará, Expedito criou, nos anos 70, o biodiesel. Usando plantas comuns no Nordeste, viu que o combustível servia, sem nenhum problema, nos motores como substituto do petróleo. Mas, na época, não havia tanta consciência ecológica, o preço do petróleo ainda não estava nas alturas e não se sabia como dar escala comercial à sua invenção. Em 1991, alemães e austríacos resolveram usar a descoberta para produzir energia limpa.
Nos últimos tempos, Expedito vem ganhando prêmios internacionais e ajudando a implantar centenas de usinas de biodiesel. Isso significa a perspectiva de criação de empregos, especialmente no Nordeste, e de um recurso contra o aquecimento global.
Por trás dessa tecnologia há uma história não menos interessante sobre quem ajudou a inventar esse inventor. Chama-se José Parente, pai de Expedito – é uma criação muito mais do que biológica.
José Parente tinha 12 anos quando deixou um povoado nas proximidades de Sobral (CE), onde vivia, e mudou-se para Fortaleza. Era o caçula entre seus 28 irmãos, sustentados pelo pai agricultor. Fez o trajeto a pé, sozinho, alimentando-se com o que encontrava no caminho. Tinha dois projetos: obter um emprego e entrar numa escola.
Matriculou-se para o período noturno de uma escola, mas, com o excesso de trabalho, acabou desistindo. Tentou por várias maneiras continuar estudando. Pediu ajuda a seu patrão e ouviu a seguinte frase: "Menino pobre não precisa de escola".
Praticando, José Parente aprendeu as artes do comércio. Adulto, tornou-se empresário, casou, teve nove filhos, todos entraram na faculdade. Repetia algumas frases como se fossem mantras: "o gosto pelo conhecimento é a melhor herança que posso deixar" ou "a maior riqueza está dentro da cabeça"
Nas conversas familiares, sempre vinham as histórias do menino de 12 anos, caminhando sozinho pelas estradas de terra, a frustração pela impossibilidade de estudar compensada pelas habilidades autodidatas. Já empresário próspero (depois teve um banco), José Parente tratou de ajudar aquela escola em que tentou, mas não conseguir estudar.
Expedito cresceu ouvindo esses casos. "Ficou arraigada em todos nós aquela reverência pelo saber", conta Expedito. Essa reverência estava por trás de sua decisão de sair de casa para estudar, como tinha feito seu pai. "Só que, desta vez, sem desconforto", diz ele. Mudou-se para o Rio, onde se formou em engenharia química e, depois, aprimorou-se nos Estados Unidos e na Europa. Voltou para o Ceará, fascinado pelo encanto dos experimentos químicos. Uma de suas criações foi a "vaca mecânica" para a produção de leite de soja, disseminada em centenas de cidades brasileiras.
Testou motores com álcool, mas preferiu investigar melhor o poder de plantas como o babaçu. Em 1984, um Bandeirante, da Embraer, voou de São José dos Campos até Brasília, movido a bioquerosene, desenvolvido por Expedito - apesar do sucesso do voo, o projeto foi arquivado pelos militares.
Foram necessários mais 20 anos para que levassem a sério sua experiência, agora em apreciação pelos americanos – certamente seria impossível se o inventor não tivesse com um de seus professores um menino de 12 anos, andando a pé pelo interior do Nordeste, com o sonho de aprender.
PS – O caso de José Parente mostra os caminhos para se evitar a marginalidade, gerando inventores e não criminosos – envolvimento familiar na vida dos filhos, culto ao empreendedorismo e reverência ao aprendizado. Nosso problema não é de maioridade penal, mas a de menoridade dos adultos.

FOLHA DE SÃO PAULO, 25 fev 2007. Cotidiano.

Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projeto de Havard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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